Trabalho de Campo – Conflitos Sociais
Prof. Dr. Ana Maria Dietrich
Dupla de Música – Rebeca D’Almeida e Rafael Di
Lena
Os músicos importados
Jaime e Alex são 2 irmãos vindos do Equador,
detalhe que passa desapercebido por conta da caricatura desenhada no nosso
imaginário de que todos os indivíduos com feições que lembrem indígenas e
toquem instrumentos de madeira, com o som projetado através do sopro, são bolivianos.
Nós, especificamente a Rebeca, incorreu nesse erro de rotular apenas pela
aparência sem nem notar que no Cd que ele – Jaime – segurava continha a
bandeira do Equador. Nos aproximamos do rapaz que está mais a frente na foto e com um pouco de receio, mas prontamente, ele aceitou falar conosco.
Os dois irmãos estão no Brasil a 2 meses e
ficaram aqui para tentar a sorte. Como já tinham alguns amigos residindo em São
Paulo, vieram para visitá-los de ônibus – a viagem durou 7 dias e eles
cogitaram desistir – e foram recebidos com a notícia de que poderiam trabalhar.
Escolheram a Praça da Matriz porque a fiscalização é mais branda que em outros
locais, que o material deles já foi apreendido. Exemplo dessa possibilidade de
fazer a apresentação do seu trabalho sem ter medo do “rapa” é o grupo de
espectadores ilustres logo ao lado da dupla:
Até pensamos em ir falar com eles, mas pela nossa integridade física e moral,
achamos melhor não nos dirigirmos aos policiais para não prejudicar ninguém. O
que a amiga brasileira deles – chamada Val - que aborda os transeuntes para
comprarem os CDs, deixou bem claro respondendo o seguinte quando fomos falar
com ela:
- Se for demorar o mesmo que foi com o Jaime,
eu não quero. Vocês demoraram muito e isso atrapalha.
Nossa suposição para a aspereza de Val, é a
situação de comercio ilegal que eles estão. Precisam aproveitar ao máximo o
tempo que eles tem sem sinal da fiscalização para vender os CDs, coisa que não
é muito grande segundo Jaime. Mesmo sendo um estilo musical muito popular no
Equador, as vendas lá e aqui do material dos dois é a mesma.
O que está tocando é o Alex e a maior parte do
tempo ele o faz por ser melhor que o irmão no manuseio dos instrumentos, que
são a Flauta de Pan, Quenacho e a Sambunha
Tivemos a oportunidade de falar com duas moradoras de São Bernardo do Campo que compraram os cds de Jaime e Alex. Uma delas afirmou ter comprado por gostar de musicas tocadas por flautas e tem uma coleção de cds do tipo. A outra dise ter comprado por só ouvir musicas evangélicas e ter ouvido um hino que ela conhecia.
ótima experiência, adorei escolherem uma manifestação tão presente, mas que passa desapercebida a nossos olhares poluídos.
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